Diagnóstico socioeconômico e ambiental da comunidade tradicional Bracinho no Pantanal de Paiaguás em Corumbá, estado de Mato Grosso Sul

Autores

  • Vanderlei Conceição
  • Jaqueline Silva Nascimento
  • Zefa Valdivina Pereira
  • Patrícia Rochefeler Agostinho
  • Landi Aramí Rossato Paulus

Resumo

As relações humanas e a preservação ambiental são características dos diferentes pantanais que constituem uma grande diversidade de paisagens, proporcionando uma riqueza de culturas nas comunidades tradicionais que vivem no pantanal matogrossense. Neste contexto, o estudo teve como objetivo conhecer as potencialidades e dificuldades sociais, econômicas e ambientais da comunidade tradicional Bracinho, na região do pantanal de Paiaguás, em Corumbá-MS. A pesquisa pautou-se na aplicação de questionário semiestruturado, contendo questões abertas e fechadas, com o intuito de conhecer as potencialidades e dificuldades socioeconômicas e ambientais, através da perspectiva das famílias da comunidade, tais como: qualidade de vida, sistema de produção e comercialização de produtos de origem animal e vegetal, atividades de geração de renda, e conhecer os aspectos positivos e negativos relacionados à preservação ambiental. Foram realizadas entrevistas individuais com representantes de 30 famílias. As informações coletadas foram organizadas, processadas eletronicamente utilizando-se a Planilha Eletrônica BrOffice Calc 2.2. O perfil socioeconômico da comunidade demonstra forte dependência da bolsa família, em virtude da dificuldade de produção de alimentos, devido à degradação ambiental. Além disso, apresentam problemas de infraestrutura nas residências, tais como: saneamento básico, falta de água potável, baixo nível de escolaridade e dificuldades no transporte escolar. Esses gargalos comprometem o desenvolvimento da comunidade. Também possuem problemas de escoamento da produção agropecuária, por falta de locais para sua comercialização, prejudicando a renda familiar. Propõe-se a produção agroecológica, ou o registro com um selo pantaneiro, para valorizar os produtos locais e manter essas comunidades no local, juntamente com a preservação ambiental.

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Publicado

2016-12-15

Edição

Seção

Agroecol 2016 - Sociedade e Natureza

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