Com a inspiração das encruzilhadas entre agroecologia, saberes e resistências populares encontro reúne representantes de instituições de pesquisa, ensino e extensão, movimentos sociais e organizações que constroem e impulsionam a agroecologia no Sudeste para avançar na construção do XII CBA
Foto: Paulo Luv – Durante 1º Encontro Preparatório do XI CBA, realizado em agosto, no bairro do Santo Cristo, Rio de Janeiro – RJ.
Organizado pela Associação Brasileira de Agroecologia (ABA-Agroecologia), o segundo encontro preparatório regional do próximo Congresso Brasileiro de Agroecologia (CBA) acontece de 28 a 30 de novembro no centro do Rio de Janeiro.
O XII CBA, previsto para acontecer na cidade do Rio de Janeiro em novembro de 2023, na Semana da Consciência Negra, tem como proposta tecer diálogos e convergências entre a agroecologia, a ciência e as diversas lutas e resistências que atravessam a sociedade.
O evento se propõe a ocupar de forma descentralizada diferentes praças, prédios públicos e espaços culturais da cidade mais urbanizada do Brasil. Em números de inscrição e apresentação de pesquisas, os CBAs são considerados os maiores Congressos sobre o tema na América Latina. Na última edição, realizada em Sergipe em 2019, foram mais de 2.800 trabalhos apresentados e uma estimativa de mais de 5 mil pessoas circulando pelos diferentes espaços que compõem o encontro.
Nessa edição, não ficarão de fora os debates sobre a importância dos processos democráticos que fortalecem a agroecologia enquanto ciência transformadora, prática ancestral e movimento popular. Da mesma forma, também serão pautadas as demandas que incidem diretamente nas vidas dos povos originários (indígenas de diversas etnias), quilombolas e caiçaras (entre outros povos e comunidades tradicionais), movimento feminista, negro e demais organizações sociais que atuam com temas de direito à cidade, moradia e tantas outras resistências.
Além da apresentação simultânea de relatos de experiência e pesquisas sobre agroecologia, estão previstos para o XII Congresso os tradicionais espaços da Feira, Ciranda Infantil, Saúde e Cura, Cozinha das Tradições, lançamento de livros e inúmeras apresentações de arte e cultura popular, além de uma nova edição do Festival de Cinema Agroecológico.
Em 2023, a ABA-Agroecologia comemora 20 anos do primeiro CBA, realizado em 2003 em Porto Alegre, e convoca todas as organizações a construírem processos preparatórios que articulem e mobilizem as diferentes redes e instituições em cada região, estado, território, universidade e demais coletivos.
É possível contribuir desde já com a construção do Congresso, estando no Rio de Janeiro ou não, participando das diferentes comissões que estruturam o XII CBA e dos 12 Grupos de Trabalho existentes na ABA-Agroecologia.
“É chegada a hora de reconstruir nossa caminhada coletiva após um longo e desafiador período de distanciamentos. É tempo de plantar sementes compromissadas com as colheitas que desejamos ver florescer. É tempo de ousar na construção das alianças entre campo e cidade, de restaurar e fortalecer nossos diálogos e convergências em torno da ciência, da democracia, da defesa dos territórios e do bem viver. É tempo de retomadas”
Para mais informações sobre a proposta, acesse a carta do sudeste disponível em: leia a carta completa que apresenta a proposta do CBA no Sudeste
Para participar das comissões, escreva para cbasudeste@gmail.com, e dos GTs da ABA, escreva para a coordenação dos grupos, indicada no site: https://aba-agroecologia.org.br/grupos-de-trabalho/
Na programação: Roda de conversa INSPIRADORA | dia 29/11
É com alegria que a diretoria da Associação Brasileira de Agroecologia (ABA-Agroecologia) realiza a roda de conversa inspiradora que marcará a abertura dos trabalhos do segundo momento da comissão regional do próximo Congresso Brasileiro de Agroecologia. A partilha tem como intenção trazer para o conjunto de pessoas participantes reflexões sobre os desafios e os contornos na construção da ciência enquanto um processo de encantamentos, resistências e insurgência de lutas e esperanças. Na órbita das nossas intencionalidades estão os desejos de seguir exercitando metodologias emancipatórias, a urgência em construir correlações entre as crises sanitárias e civilizatórias, a relevância de avançarmos na incorporação de caminhos que combatam pedagogias colonizadoras, machistas e racistas, entre tantos outros cuidados tecidos a partir das resistências populares.
Entre tantos os afluentes, a Pedagogia dos Territórios (Raquel Rigotto) e a Pedagogia das Encruzilhadas (Luiz Rufino).
Raquel é médica e professora aposentada da Universidade Federal do Ceará, pesquisadora colaboradora de diferentes organizações e coletivos, entre elas a Rede Brasileira de Justiça Ambiental, a Abrasco – Associação Brasileira de Saúde Coletiva e o Núcleo TRAMAS – Trabalho, Meio Ambiente e Saúde.
Luiz Rufino é carioca, filho de pai e mãe cearenses, pedagogo e doutor em Educação. Desenvolve pesquisas sobre culturas brasileiras e tem nas esquinas, rodas, ruas, brincadeiras e matas suas principais fontes de interlocução. É professor da Faculdade de Educação da Baixada Fluminense (FEBF) da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) e do Programa de Pós-graduação em Educação, Cultura e Comunicação em Periferias Urbanas (PPGECC-UERJ) e autor de diversos livros, entre eles: Ciência Encantada das Matas, Pedagogia das Encruzilhadas e Vence-Demanda.
Após esse momento inspirador, vamos seguir com o planejamento dos lastros que sustentarão a navegação operacional e metodológica desse congresso e vocês estão convidadas/os a seguirem conosco. A carta que apresenta a proposta do Congresso, previsto para acontecer em novembro de 2023, também segue – acima – e traz indicativos que permitem dividir com vocês a essência do que está sendo sonhado e gestado até o momento, bem como ter contato com a rede de parcerias que embala esse chamado.
ABA-Agroecologia