Série Território da Alimentação no XI CBA | Agricultura Familiar Camponesa Sergipana

.: Série Território da Alimentação no XI CBA | Agricultura Familiar Camponesa Sergipana :.

De onde vem o que você come? Quem produz o alimento que vai para sua mesa? Esta série apresenta algumas das mais de 40 famílias agricultoras sergipanas que vão abastecer o Território da Alimentação no XI CBA

Por Luiza Damigo, Priscila Viana e Sol Maria | Fotos: Sol Maria

Cozinha das Tradições | Foto: Eduardo Napoli

Democratização dos sistemas agroalimentares. Este é um dos pontos de diálogo propostos no lema do XI CBA. O alimento é central e também deve ser o nosso exercício de colocar em prática nossas reflexões. Cuidar e compreender este processo é fundamental quando invertemos a lógica de produção e consumo e olhamos, antes de tudo, para o que já é produzido localmente e por quem compartilhamos princípios.

O Território da Alimentação do XI CBA será abastecido por uma rede de cerca de 40 famílias sergipanas de agricultoras e agricultores camponeses, que fornecerá nove toneladas de alimentos utilizados na preparação dos cafés da manhã, almoços e jantares ofertados durante os 4 dias de congresso. 

De 4 a 7 de novembro, na Universidade Federal de Sergipe, Campus São Cristóvão, milhares de pessoas poderão conhecer, de perto, a abundância da produção familiar camponesa do estado e da região.

Para celebrar este rico percurso, vamos apresentar a você, que vai participar do XI CBA, as agricultoras e agricultores familiares que produziram e vão fornecer os alimentos do Território da Alimentação. 

Dona Cícera | Povoado Retiro

Dona Cícera tem 47 anos, é moradora do Povoado Retiro, no município de Monte Alegre/SE, no Alto Sertão Sergipano e localizado a 156 km da capital, Aracaju. A agricultora vai fornecer queijo, ovos e frango para o Território da Alimentação no XI CBA.

A renda familiar vem da produção de seu pedacinho de terra, que é feita sem uso de veneno. Todo esse saber da agricultura familiar camponesa foi herdado de um conhecimento passado pela  família. “Faço tudo isso desde criança, comecei com minha mãe, agora é eu”.

Veja outras fotos de Dona Cícera e sua propriedade: https://www.instagram.com/p/B3zG5-SHiRh/

Dona Cristina | Povoado Retiro

A segunda parada da caravana foi na casa de Cristina, moradora, assim como Dona Cícera, do Povoado Retiro, no município de Monte Alegre/SE, no Alto Sertão Sergipano. Cristina tem 37 anos e é mãe de três filhos. Produz queijo artesanal em sua propriedade há 7 anos, conhecimento que aprendeu com a mãe e já repassa para os filhos. 

Todo o leite usado na produção dos queijos vem de suas 12 vacas. O dia começa cedo e a produção vai das 7h às 17h, com uma média de 6 queijos. A terra na qual Cristina vive e produz com o marido e os filhos é fruto de suor e trabalho de muitos anos, retrato da agricultura familiar camponesa no estado de Sergipe e no país.

Para o Território da Alimentação, no XI CBA, Cristina vai fornecer ovos e queijo e afirma, animada,“é uma oportunidade de nos conhecerem e de vendermos nosso produto”. 

Veja outras fotos de Dona Cristina e seu trabalho: https://www.instagram.com/p/B39fdQzHjaU/

Associação das Mulheres de Lagoa da Volta | Porto da Folha/SE

Nossa terceira parada  é no povoado Lagoa da Volta, no município de Porto da Folha/SE, Alto Sertão Sergipano, distante  170 km da capital Aracaju.

Fomos conhecer Netinha e Cida, integrantes da Associação de Mulheres Resgatando sua História. A Associação é formada por mais de 20 agricultoras de várias faixas etárias, de jovens a idosas que, juntas, produzem hortaliças, frutas, ovos, mel e preparam geléias e balas artesanais.

Tudo é produzido coletivamente com experimentação de técnicas agroecológicas no espaço de 1 hectare da Associação. O trabalho tem frutos socioeconômicos, mudando a realidade das agricultoras, gerando renda e superando a dependência financeira das mulheres;  além de garantir a soberania e segurança alimentar das famílias das agricultoras.

Para o espaço Território da Alimentação, no XI CBA, a Associação de Mulheres Resgatando sua História fornecerá ovos, geleias, mel e balas, essas últimas confeccionadas com frutas produzidas no local.

Você encontra mais fotos da abundância desse colorido trabalho em: https://www.instagram.com/p/B4LVH43nXqB/ 

Seu Pereira | Assentamento Rosa Luxemburgo – São Cristóvão/SE

Nosso roteiro hoje foi na propriedade de Seu Pereira, no assentamento Rosa Luxemburgo, na histórica e conhecida São Cristóvão/SE, distante 26 km da capital Aracaju. 

Natural do município sergipano de Aquidabã, Seu Pereira tem 54 anos e há 10  mora no Sítio São José com a família, aplicando técnicas da agroecologia que aprendeu ao longo de sua trajetória junto ao Movimento dos Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais Sem Terra. 

Na propriedade conhecemos as variedade de sementes crioulas de Milho Pé de Boi, preservada na família há 62 anos pelo avô e pai de Seu Pereira. Visitamos a casa de farinha, os campos de milho, macaxeira, batata, inhame, quiabo, banana, limão, entre outras culturas, tudo sem veneno.

Para o Território da Alimentação, no XI CBA, onde as refeições serão preparadas com alimentos da agricultura familiar camponesa, Seu Pereira vai fornecer carne bovina, suína, farinha, inhame, batata e leite. 

Conheça Seu Pereira e sua família: https://www.instagram.com/p/B4QL4ihnndd/

Seu Delson | Povoado Garangau – Campo do Brito

Nossa quarta parada é no Povoado Garangau, na cidade de Campo do Brito, agreste sergipano, distante 65 km de Aracaju, capital sergipana. Visitamos a propriedade de Seu Delson.  O agricultor possui uma cooperativa em que são produzidas hortaliças, tomate, couve, cenoura, pimentão, coentro, entre outros. 

Defensor ferrenho da produção de alimentos sem veneno,  seu Delson também comercializa seus produtos em feiras livres, sinalizando através de um banner que toda sua produção vem da agricultura familiar, sem uso de agrotóxicos. Para o preparo das refeições que serão produzidas no XI CBA, no espaço Território da Alimentação, Seu Delson vai fornecer tomates e hortaliças em geral. O Congresso possibilitou oportunidades ao agricultor, que afirma que “o CBA ajudou porque eu tenho mais produção do que o que eu consigo vender”.

As cores dos alimentos entregues por Seu Delson podem ser vistas em: https://www.instagram.com/p/B4Xr43xHaXS/

Seu Genaro, Gileno e Jociram | Assentamento Rosa Luxemburgo – São Cristóvão e Assentamento Dandara – Povoado Tabua, Malhador

Conhecer quem produz nosso alimento. Esse é o convite do percurso que iniciamos antes do CBA e finalizamos hoje, apresentando mais três agricultores familiares camponeses que participaram do Congresso.

Do assentamento Dandara, no povoado Tabua, município de Malhador/SE, vieram Gileno e Jociram, que trouxeram carne suína e batata doce.

Já Seu Genaro, que tem 54 anos, veio do assentamento Rosa Luxemburgo, no município de São Cristóvão. É produtor rural e as feiras livres da capital sergipana, Aracaju, são seus pontos principais de comercialização. O inhame plantado e colhido por Seu Genaro recheou os jantares servidos.

Celebramos o XI CBA, o Território da Alimentação, os cheiros, cores e sabores partilhados pela agricultura familiar camponesa de Sergipe e do Brasil! Seguimos em defesa de uma ciência crítica em diálogo com a cultura e a arte popular.

Conheça Seu Genaro, Gileno e Jociram em: https://www.instagram.com/p/B5tIvjrh-_W/