A comissão organizadora do X Congresso Brasileiro de Agroecologia (CBA) se reuniu com a Associação Brasileira de Agroecologia – ABA-Agroecologia, a Sociedade Científica Latinoamericana de Agroecologia (SOCLA), a Rede de Grupos de Agroecologia do Brasil (REGA Brasil) e parceiros, entre os dias 7 e 9 de novembro, para dar prosseguimento aos processos de construção participativa do evento. Na reunião, ocorrida na Embrapa Agroenergia em Brasília – DF, foi realizada uma oficina para a construção da programação e a metodologia do evento com a finalidade de promover um alinhamento conceitual sobre o tema central e nivelar a compreensão dos agentes acerca do processo de construção do evento, bem como ordenar aportes que orientarão os objetivos, os eixos temáticos, as metodologias e a programação do congresso.
Na ocasião puderam se estruturar os eixos temáticos e o formato do evento. A reunião foi guiada a partir de uma abordagem metodológica que alternava entre momentos de plenária e de divisão em grupos menores, buscando contemplar três passos: formação de imagem, análise e tomada de decisão ou indicações para serem aprofundadas posteriormente. A discussão sobre os temas geradores se deu a partir dos Grupos Temáticos existentes na ABA, das contribuições recolhidas pela comissão organizadora na enquete realizada em maio de 2016, da carta da SOCLA e por meio de um roteiro que foi preenchido pela ABA e pela REGA. A partir desses subsídios as/os presentes puderam contribuir com mais sugestões sobre os objetivos e os resultados a serem alcançados pelo congresso, sendo que, em grupos menores, cada um deles propôs 3 ou 4 objetivos que foram registrados em tarjetas.
O segundo dia foi destinado a definição e qualificação das informações e proposições levantadas, visando a definição do foco, dos resultados a serem alcançados e a identificação de referências agroecológicas em termos de pessoas e experiências. A redação dos objetivos foram discutidas e afinadas em plenária, a partir da qual outras sugestões puderam ser acolhidas e mais temas foram incluídos, totalizando dez temas principais. Para discussão sobre os eixos temáticos foi realizado um carrossel no qual as pessoas dividiram-se e rotacionaram entre oito grupos menores, cada qual possuindo um tema. Os objetivos específicos do evento foram elaborados a partir de critérios que foram levantados pela plenária. Os eixos temáticos levantados foram: Políticas Públicas e conjuntura; Campesinato e Soberania Alimentar; Agroecossistemas e Sustentabilidade; Agroecologia e Agriculturas Urbana e Periurbana; Economia Solidária; Memórias e História/Construção do Conhecimento Agroecológico; Agrotóxicos e Transgênicos; Mulheres e Juventudes e Educação em Agroecologia. Posteriormente, a partir dos subsídios recolhidos das/os participantes, a comissão de metodologia e programação se responsabilizou por afinar os objetivos geral e específicos.
O último dia foi destinado a realização de encaminhamentos, a sugestão de espaços imprescindíveis à programação, a avaliação e a combinação de uma agenda conjunta de atuação que dê conta de encaminhar a programação do congresso.
O X Congresso Brasileiro de Agroecologia ocorrerá em setembro de 2017 na cidade de Brasília junto ao VI Congresso Latinoamericano de Agroecologia (CLAA), V Seminário de Agroecologia do Distrito Federal e entorno e IX Encontro Nacional de Grupos de Agroecologia e terá como tema “Agroecologia na Transformação dos Sistemas Agroalimentares na América Latina: Memórias, Saberes e Caminhos para o Bem Viver”. A proposta da realização do evento vem sendo amadurecida desde 2014 pela Articulação Brasília Agroecológica (ABRAA), formada por diversas/os membras/os da ABA-Agroecologia, e foi anunciada no último CBA de Belém/PA em 2015. Desde então, estão sendo realizados vários eventos preparatórios e reuniões quinzenais de organização local.
“O tema central do evento resgata a importância da Agroecologia na transformação dos sistemas agroalimentares no mundo a partir de um olhar de reconhecimento à memória biocultural latino-americana, sua riqueza e sua contribuição histórica e relevante para a alimentação mundial. Permite olhar o passado, entender onde estamos e discutir quais caminhos futuros a seguir para construir o Bem Viver entre os países na América Latina.”
Texto: Tatiana Weckeverth/ Comunicadora ABA