Discutir os impactos dos alimentos transgênicos e denunciar que o agronegócio pode matar foram os objetivos da Comissão de Mística e Cultura do Congresso Brasileiro Agroecologia (CBA), que abriu a manhã do segundo dia do evento, antecedendo a mesa redonda “O impacto dos transgênicos na soberania alimentar”.
Coordenada pelo IFPA/campus rural de Marabá e MST, com participação direta dos jovens do acampamento da Via Campesina na organização, as místicas abrem diariamente o congresso.
As performances são pensadas com o intuito de organizar os movimentos para fortalecer a luta, fazer anúncios, denúncias e proposições dentro da temática proposta da agroecologia e temas relacionados aos direitos dos povos. “O tema transgênicos é um debate forte e está inserido no questionamento sobre o agronegócio. Reunimos indígenas, quilombolas e camponeses para denunciar, por meio da mística, as mortes e assassinatos provocados por esse processo”, afirmou Suely Gomes, integrante da comissão.
A mística foi uma forma de manifestação contra o uso de agrotóxicos e a inserção de alimentos transgênicos nos hábitos alimentares da população, além de discutir as consequências para a humanidade. De acordo com Antônia Borges, da Via Campesina, a encenação tentou apresentar quatro cenários decorrentes do agronegócio.
Segundo Antônia, a primeira cena mostrou o embate da luta pela terra. Os agricultores querem a terra para plantar, mas sofrem com a violência que predomina no campo. Os outros cenários abordaram o uso intenso do agrotóxico, representado por uma mesa composta por alimentos de nosso cotidiano como salgadinhos e frutas transgênicas ao lado de bonecos que faziam referências a cadáveres, alertando ao risco dessas substâncias. Pessoas que morreram no embate, também foram representadas com seus nomes escritos em cruzes, como Dorothy Stang e Chico Mendes grandes mártires na luta por direitos na Amazônia.
Vanessa Van Rooijen – estudante de jornalismo da Universidade da Amazônia (Unama)