Carregando serviços e saberes na traseira de uma Kombi, duas estudantes pretendem viajar por todo o Brasil, a partir do ano que vem, colhendo experiências agroecológicas e divulgando a agroecologia de maneira ampla e lúdica. O projeto “Caravana Agroecológica e Cultural – Kombosa me carREGA” é uma proposta da Rede de Grupos de Agroecologia do Brasil (Rega), entidade que visa fortalecer as interações entre os grupos de agroecologia do país.
“A Kombosa será executada através da Rega e tem a intenção de viajar pelo país durante, aproximadamente, dois anos conhecendo, conectando as experiências agroecológicas, grupos de agroecologia, núcleos e fomentando novos grupos”, afirma a estudante paulistana de engenharia ambiental Marília Cucolicchio, uma das idealizadoras do projeto. Segundo ela, a ideia é que a Kombi seja uma instalação pedagógica permanente. “Dentro dela levaremos as vivências que tivemos ao longo da nossa formação. Listamos algumas cidades, mas a certeza que temos é que o caminho fará o caminhar”, conta.
A elaboração da Kombosa surgiu a partir do segundo Sementário da Rega, em junho de 2015, onde a questão da profissionalização dos integrantes da Rede tornou-se mais acentuada. “Tínhamos o sonho pessoal de viajar pelo Brasil vivenciando experiências. Quando retornamos do Sementário, percebemos que não dava para desvincular nosso sonho da demanda da Rega. Resolvemos elaborar o projeto juntamente com a Rede”, diz a estudante mineira de agronomia Bela Ladeira, outra autora do projeto.
Pensada como um espaço de amizade, aprendizado e troca entre as estudantes e a sociedade, a Kombosa será capaz de proporcionar diversos debates, além de disseminar ecologia e cultura. “É a aproximação com a parcela da sociedade que a academia não alcança”, relata Bela Ladeira.
Para as estudantes, a relevância do projeto está em levar conhecimento leve e compreensível à população. “Sabemos que o agronegócio não sustenta a população brasileira. A comida que chega à mesa do brasileiro vem da agricultura familiar. É muito importante dar visibilidade para essas informações e acredito que só através de projetos assim, olho no olho, é que conseguiremos chegar à sociedade civil”, afirma Bela.
A depender dos patrocínios conquistados, as experiências vividas durante o projeto poderão ser registradas. “Ou criaremos um blog, ou uma aba no próprio blog do Rega para que as pessoas possam observar os relatos. A proposta de documentar é real, mas precisamos de patrocínio para tornar a Kombosa um projeto de sucesso”, frisa Marília.
Texto: Juliana Dias – estudante de jornalismo da Universidade da Amazônia