Nós da Associação Brasileira de Agroecologia (ABA-Agroecologia), repudiamos as manifestações públicas apresentadas pela Fundação Palmares no último 13 de maio de 2020, estas que atacam a história de luta do povo negro, deslegitimando a figura de Zumbi dos Palmares, um dos mais importantes líderes da história brasileira.
Repudiamos também a omissão do Estado que em 132 anos após a “abolição da escravidão”, não reconhece e não reparou séculos de opressão, seguindo com uma política de anulação social e violações. Não garantindo o acesso à saúde, educação, cultura, moradia, trabalho e renda. Incentivando em sua política de segurança pública a violação de direitos, e a morte da população mais pobre – negros e indígenas.
São cinco séculos de uma política de Estado genocida e que, em meio a uma crise sanitária, na qual o mundo procura cuidar de sua população, ainda encontra oportunidade para enaltecer desigualdades e tentar apagar nossa memória e da nossa ancestralidade.
Não silenciaremos!
Distante do que declara a Fundação Palmares sobre o processo de escravização do povo ameríndio e negro advindo de várias regiões de África, denunciamos o racismo estrutural reproduzido e intensificado pelo atual governo que ataca a ciência, a história, a memória dos nossos povos, cooptando instituições como a Fundação Palmares e outras instituições públicas, que são fruto de conquistas e lutas sociais.
Se tem racismo não tem agroecologia!