Núcleos de Agroecologia, metodologias participativas e a Região Sudeste

TCC é apresentado com Instalação Artística-Pedagógica na Ufscar campus de Sorocaba

É com o coração cheio de alegria que celebramos ontem, dia 23/01, a defesa do Trabalho de Conclusão de Curso da Thais Santos de Souza.

Com o título “Contribuição das Metodologias Participativas para o fortalecimento dos Núcleos de Agroecologia da região Sudeste”, e tendo Fernando Franco como orientador e Paulo Lopes como orientador externo, o trabalho foi apresentado na UFSCar campus de Sorocaba como parte de sua formação no Bacharelado de Biologia.

Além do texto e da pesquisa participante construídos com tanto carinho, o TCC ocupou o saguão de um dos prédios da universidade e nos convidou à conhecer seu processo caminhando por uma Instalação Artística-Pedagógica. A cada parada, os materiais, as fotos, as fitas penduradas, as sementes, as muitas tarjetas e todos os detalhes, contavam sobre as seções que compõe o trabalho. Círculos de Cultura: uma ciranda de saberes, diversidades e vivências, os NEAs e seus territórios, desafios e fragilidades e os NEAs como acolhimento, essas foram apenas algumas das estações ou capítulos escritos por Thais e vivenciados por quem acompanhou o percurso da apresentação.

Entre outras contribuições sobre as metodologias participativas e sobre os NEAs, o TCC tece uma importante análise da região Sudeste ao contar a história dessa rede de Núcleos, organizações, coletivos e movimentos, a partir da trajetória e da experiência de quatro núcleos: o AUÊ – Núcleo vinculado à UFMG, do Arandu – IF de Santa Teresa (ES), do NIA (UFRRJ) e da caminhada do próprio Núcleo de Agroecologia Apetê Caapuã (NAAC) na Ufscar campus de Sorocaba, NEA que Thais integra.

Como partilha o TCC, é preciso não romantizar nossas práticas, pois as metodologias descoladas do compromisso com o fazer coletivo, do respeito às diferenças, da autonomia das e dos estudantes e da ação política enraizada nos territórios perdem potência, figurando apenas como ferramentas e discursos esvaziados de sentido. Outro ponto que chama atenção é o exercício de experimentação da Matriz de Sistematização para organização do conteúdo, das entrevistas e como fonte de reflexão sobre a caminhada dos Núcleos de Agroecologia.

Combinando diferentes estratégias de pesquisa participante e deixando de lado as tradicionais apresentações em slides e as salas fechadas, o trabalho da Thais e do Apetê Caapuã, é um convite à criatividade, liberdade, ousadia, ao diálogo com a sociedade e as transformações tão necessárias à produção acadêmica hegemônica.

Com muita emoção e com o entusiasmo de quem vê o trabalho da Thais cada dia mais inspirador, a equipe do Projeto de Sistematização agradece o envolvimento dela e do NAAC na construção das atividades com os NEAs e a oportunidade de aprender tanto com este TCC.

Pra quem ficou curiosa e já quer ler, se inspirar e conhecer este trabalho, em breve uma versão final será divulgada. A gente que não perde a viagem, já fez o convite para que a Thais apresente suas colheitas no Seminário Regional Sudeste preparatório para o XI Congresso Brasileiro de Agroecologia. O XI CBA acontece em novembro e o seminário sudeste está previsto para o primeiro semestre. Em breve será divulgada a data da próxima reunião de planejamento e articulação da região Sudeste: Seguimos em Comboio!

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