- Associação promove o Seminário “Agroecologia como caminho para o enfrentamento das mudanças climáticas”.
- Também foram programados dois eventos de lançamento da edição especial da Revista Brasileira de Agroecologia com artigos científicos sobre agroecologia e clima.
- Representantes da instituição ainda participam de painel na AgriZone, a Casa da Agricultura Sustentável na COP 30, dentre outras atividades.

A Associação Brasileira de Agroecologia (ABA-Agroecologia) está presente na 30ª Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas (COP 30), em Belém do Pará, e já movimenta encontros e engaja diferentes pessoas na promoção das soluções que a agroecologia vem apresentando para as questões do clima.
Para discutir as perspectivas de fortalecimento da Agroecologia enquanto solução para minimizar impactos da emergência climática, a ABA-Agroecologia realiza o Seminário “Agroecologia como caminho para o enfrentamento das mudanças climáticas”, no dia 20 de novembro, quinta-feira, das 14h30 às 18h, no auditório Dona Dijé, no Instituto Amazônico de Agriculturas Familiares (Ineaf), da Universidade Federal do Pará (UFPA). O endereço é rua Igarapé Tucunduba, Universitário, Belém (PA).
Os dois painéis temáticos reunirão especialistas que vão abordar reflexões a partir de experiências que sustentam o debate teórico e político sobre a importância da Agroecologia. O primeiro, com o tema “Por que Agroecologia?”, será realizado das 14h30 às 16h, com participação da segunda Vice-Presidente Nacional da ABA-Agroecologia (2026-2027), Tatiana Sá, e de uma pessoa representante da Articulação Agroecológica da Amazônia (ANA Amazônia). Dentre os temas a serem abordados neste painel, estão “Agroecologia, mudanças climáticas e COP 30”, e “Resistências e conquistas do movimento agroecológico”. A moderação será realizada pelo Presidente da ABA-Agroecologia, José Nunes da Silva.
O segundo painel da tarde do dia 20 começa às 16h e vai até 18h, e terá o tema “O que mostra a Amazônia?”. O painel contará com apresentações do professor do Instituto Federal do Pará (IFPA) e integrante do Conselho Fiscal da ABA-Agroecologia, Romier Paixão, que deve comentar os aprendizados a partir do documentário “Agroecologia no Chão da Floresta”; e das representantes da Rede Territórios Amazônicos Lívia Navegantes e Emilie Coudel, que vão apresentar a experiência do Refloramaz. A moderação será da professora da Universidade Federal do Oeste do Pará (UFOPA) e 1ª Vice-Regional Norte da ABA-Agroecologia, Danielle Wagner. O debatedor convidado será o professor do Ineaf, da UFPA, Mauro Silva.
Assim como em todos os eventos da ABA-Agroecologia, este Seminário é realizado com o apoio de diferentes instituições e pessoas físicas parceiras, incluindo as que atuam em âmbito local. Dentre as instituições parceiras, estão o Instituto Amazônico de Agriculturas Familiares da Universidade Federal do Pará (Ineaf/UFPA); a Rede Territórios Amazônicos, da UFPA; a Articulação Agroecológica da Amazônia (ANA Amazônia); a iniciativa Centro-Rede IAÇA: Tecendo Iniciativas em Agroecologia e Políticas Públicas para Promover Soberania Alimentar na Amazônia P araense, da Universidade Federal do Oeste do Pará (Ufopa); e a organização francesa CIRAD de pesquisa agrícola e de cooperação internacional para o desenvolvimento sustentável das regiões tropicais e mediterrâneas.
As sessões de lançamento da edição especial da Revista Brasileira de Agroecologia na COP 30

Além do Seminário, a ABA-Agroecologia realiza duas sessões de lançamento da edição especial da Revista Brasileira de Agroecologia (RBA), que trata sobre Agroecologia e suas dimensões na abordagem das mudanças climáticas. A primeira sessão será nesta quarta-feira (12), às 16 horas, no Pavilhão da UFPA na Zona Azul (Blue Zone), no Parque da Cidade. A segunda será na quinta-feira (13), das 15h às 17h, no auditório Dona Dijé, no Instituto Amazônico de Agriculturas Familiares (Ineaf), da UFPA (rua Igarapé Tucunduba, Universitário).
No painel do primeiro dia de lançamento, do dia 12 às 16h, mediado pelo professor do Ineaf, da UFPA, Flávio Barros, estarão presentes o Coordenador Executivo da Assessoria e Serviços a Projetos em Agricultura Alternativa, (AS-PTA), Paulo Petersen, e as seguintes pessoas representantes da ABA-Agroecologia: o Presidente, José Nunes da Silva; a segunda Vice Nacional, Tatiana Sá; e a titular do Conselho Fiscal, Danielle Wagner.
No painel do segundo evento de lançamento, dia 13 às 15h, estarão presentes o professor do Ineaf, da UFPA, Mauro Silva; o Presidente da ABA-Agroecologia, José Nunes da Silva; a titular do Conselho Fiscal da ABA-Agroecologia, Danielle Wagner; e duas professoras da Universidade de Brasília (UnB) que fazem parte do corpo editorial da Revista Brasileira de Agroecologia, Janaína Diniz e Regina Saraiva.
A edição especial “Agroecologia e suas dimensões na abordagem das mudanças climáticas” reúne reflexões, pesquisas e experiências que evidenciam o papel da agroecologia frente à crise global do clima. O objetivo da publicação é promover a consciência sobre a importância de ações efetivas que garantam direitos, soberania alimentar e nutricional, e que fortaleçam a produção de alternativas sustentáveis e justas, valorizando os saberes de nações indígenas, de comunidades tradicionais, da agricultura familiar e de movimentos sociais.
De acordo com Tatiana Sá, as cartas publicadas pelo presidente da COP 30, embaixador André Corrêa do Lago, mostram que os resultados esperados pelo evento estão alinhados com a capacidade da agroecologia em enfrentar os desafios que estão sendo tratados. “O número especial da Revista Brasileira de Agroecologia foi proposto justamente para posicionar a importância da agroecologia nas grandes questões da COP 30. A construção e a definição editorial, a seleção dos trabalhos teve esse objetivo, de mostrar que a agroecologia trabalha com ciência, prática e movimento abordando suas diferentes dimensões de modo integrado, e a gente vê que não adianta propor apenas soluções tecnológicas, é crucial considerar aspectos de natureza cultural, social e política no enfrentamento da crise climática, para garantir resiliência socioecológica frente às mudanças climáticas. Esse número especial da RBA alerta para a importância de aprofundar mais a compreensão e a ação em relação à agroecologia, que tem as ferramentas em todas dimensões passíveis de ajudar para uma retomada de transições que levem a situações de adaptação e mitigação.”
Outras atuações da ABA-Agroecologia na COP 30
Na segunda-feira (10), dia de abertura oficial da COP 30, a ABA-Agroecologia esteve presente no evento “Agroecologia, Clima e Biodiversidade: caminhos das ciências na transição agroecológica de sistemas agroalimentares”, realizado no auditório 4 na Agrizone, na Embrapa.
O evento mostrou um panorama sobre os impactos diretos que as mudanças do clima provocam nos sistemas agroalimentares, com efeitos distribuídos de forma desigual entre Sul e Norte global, sobretudo em comunidades rurais e tradicionais. Diante dessa conjuntura, os desafios para a garantia do direito à segurança alimentar e nutricional são multiplicados, e soluções governamentais e não-governamentais são demandadas.
As pessoas participantes apresentaram suas ideias com o objetivo de posicionar a agroecologia enquanto processo unificador de soluções para a crise no clima, e dando exemplos de iniciativas para a transição agroecológica sustentável, saudável e justa dos sistemas agroalimentares no Brasil.
O evento levantou uma oportunidade de intersecção entre Agroecologia, clima e biodiversidade, que busca o diálogo direto com a necessidade de sinergia entre as três convenções do Rio-92: Convenção sobre a Diversidade Biológica (CBD), Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (UNFCCC) e Convenção Internacional de Combate à Desertificação (UNCCD), e fortalece o protagonismo do Brasil no desenvolvimento e compartilhamento de soluções construídas a partir de sua diversidade territorial, cultural e socioambiental.
Dentre os exemplos, foi mencionada a iniciativa “Terreiro de Inovações Camponesas”, que destaca inovações criadas em diálogo direto com territórios, e é promovida em diversas ocasiões pela ABA-Agroecologia, Articulação Nacional de Agroecologia (ANA) e Articulação Semiárido Brasileiro (ASA).
Outra inspiração compartilhada pelas pessoas presentes no evento foi o fortalecimento do Programa Nacional de Inovação para Agricultura Familiar (PNPIAF) enquanto modelo de política pública e investimento em políticas de inovação. Foi realizada uma construção coletiva de recomendações para a sinergia das três convenções do Rio-92, com foco em mecanismos de participação social e novos modelos de inovação colaborativa.
Participaram a segunda Vice-Presidente Nacional da ABA-Agroecologia (2026-2027), Tatiana Sá; a professora da Universidade Federal do Amazonas (UFAM), Marilene Corrêa, representando a SBPC; o Coordenador Executivo da Assessoria e Serviços a Projetos em Agricultura Alternativa, (AS-PTA), Paulo Petersen; dentre outros. O evento teve moderação do professor do Instituto Amazônico de Agriculturas Familiares (Ineaf), da Universidade Federal do Pará (UFPA), William de Assis.
Sobre a Associação Brasileira de Agroecologia (ABA-Agroecologia)
A Associação Brasileira de Agroecologia (ABA-Agroecologia) reúne pessoas físicas das mais diversas áreas do conhecimento e de atuação, que desde 2004 realizam juntas o objetivo de apoiar ações dedicadas ao fortalecimento das práticas agroecológicas.
Dentre as principais ações realizadas pela ABA-Agroecologia, estão a promoção de eventos; a produção de publicações científicas e técnicas; a criação e manutenção de Grupos de Trabalho que atuam em diferentes áreas. Saiba mais sobre a Associação Brasileira de Agroecologia aqui.


