ABA-Agroecologia realiza e participa de eventos na COP 30 em Belém (PA)

  • Em parceria com a Centro-Rede IAÇA, Associação Brasileira de Agroecologia (ABA-Agroecologia) promoveu o seminário “Agroecologia: estratégias para a resiliência socioecológica de sistemas agroalimentares amazônicos frente às mudanças climáticas”, na Blue Zone da COP 30, no dia 17 de novembro.
  • Também foram realizados dois eventos de lançamento da edição especial da Revista Brasileira de Agroecologia, com artigos científicos sobre agroecologia e clima, nos dias 12 e 13 de novembro.
  • Representantes da instituição ainda participaram de seminário no Instituto Amazônico de Agriculturas Familiares (Ineaf), da Universidade Federal do Pará (UFPA); de painel na AgriZone, a Casa da Agricultura Sustentável na COP 30; dentre outras atividades; veja os detalhes aqui.*
Painel sobre agroecologia, mudanças do clima e sistemas alimentares da Amazônia foi realizado na Blue Zone da COP 30, no dia 17 de novembro

A Associação Brasileira de Agroecologia (ABA-Agroecologia) esteve presente durante toda a 30ª Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas (COP 30), em Belém do Pará, movimentou encontros e engajou diferentes pessoas na promoção das soluções que a agroecologia vem apresentando para as questões do clima.

Um dos destaques de nossa atuação na Conferência foi a realização do painel “Agroecologia: estratégias para a resiliência socioecológica de sistemas agroalimentares amazônicos frente às mudanças climáticas”, que reuniu especialistas de instituições de pesquisa no Pavilhão da UFPA, localizado na Zona Azul (Blue Zone) das negociações climáticas da COP 30, no dia 17 de novembro.

O painel discutiu caminhos baseados na agroecologia para fortalecer a produção de alimentos saudáveis na região amazônica perante os desafios impostos pelas alterações do clima.

O debate foi coordenado em parceria entre o Ineaf, a Centro-Rede IAÇA e a ABA-Agroecologia. A mediação foi do professor Flávio Barros, do Instituto Amazônico de Agriculturas Familiares (Ineaf), da Universidade Federal do Pará (UFPA), e contou com um quadro diversificado de painelistas: a representante do Grupo de Trabalho (GT) Indígena da Articulação Nacional de Agroecologia (ANA), Raquel Tupinambá; além do Presidente da ABA-Agroecologia e professor da Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE), José Nunes da Silva, da segunda Vice-Presidente Nacional da ABA-Agroecologia (2026-2027) e representante da Embrapa, Tatiana Sá; e da professora da Universidade Federal do Oeste do Pará (UFOPA) e a 1ª Vice-Regional Norte da ABA-Agroecologia, Danielle Wagner.

A discussão buscou consolidar um olhar integrado, unindo o conhecimento científico acadêmico com os saberes tradicionais de nações e comunidades amazônicas. Nas exposições, o painel evidenciou a agroecologia não apenas como um modelo agrícola sustentável, mas como uma estratégia fundamental e urgente para a adaptação e a construção de um futuro socioecológico resiliente para o bioma Amazônia.

Danielle Wagner e Raquel Tupinambá no painel sobre estratégias da agroecologia para a resiliência socioecológica de sistemas agroalimentares amazônicos, na Blue Zone durante a COP 30 em Belém, no Pará

Agroecologia é um caminho para a resiliência climática

Seminário “Agroecologia como caminho para o enfrentamento das mudanças climáticas” reuniu mais de 50 pessoas no auditório do Instituto Amazônico de Agriculturas Familiares (Ineaf), da UFPA, na manhã de 20 de novembro

Para discutir as perspectivas de fortalecimento da Agroecologia enquanto caminho para minimizar impactos da emergência climática, a ABA-Agroecologia esteve presente no seminário “Agroecologia e sistemas alimentares amazônicos frente às mudanças climáticas: cenários, perspectivas e desafios”, no auditório Dona Dijé, no Instituto Amazônico de Agriculturas Familiares (Ineaf), da Universidade Federal do Pará (UFPA), na manhã do dia 20 de novembro.

O evento reuniu especialistas que abordaram reflexões a partir de experiências que sustentam o debate teórico e político sobre a importância da Agroecologia. Estiveram presentes a representante da Articulação Agroecológica da Amazônia (ANA Amazônia) e da Cúpula dos Povos, Jaqueline Felipe; o professor do Instituto Federal do Pará (IFPA) e integrante do Conselho Fiscal da ABA-Agroecologia, Romier Paixão; as representantes da Rede Territórios Amazônicos Lívia Navegantes e Emilie Coudel; da coordenadora da Rede Políticas Públicas e Desenvolvimento Rural na América Latina e Caribe (Rede PP-AL), Catia Grisa; a presidenta do Sindicato dos Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais de Santarém, Ivete Bastos; a representante da Rede Bragantina de Economia Solidária, Nazaré Reis; além de Tatiana Sá, Danielle Wagner e José Nunes da Silva. O evento foi mediado pelo professor do Instituto Amazônico de Agriculturas Familiares (Ineaf), da Universidade Federal do Pará (UFPA), William de Assis.

Assim como em todos os eventos da ABA-Agroecologia, este Seminário foi realizado com o apoio de diferentes instituições e pessoas físicas parceiras, incluindo as que atuam em âmbito local. Dentre as instituições parceiras, estão o Instituto Amazônico de Agriculturas Familiares da Universidade Federal do Pará (Ineaf/UFPA); a Rede Territórios Amazônicos, da UFPA; a Articulação Agroecológica da Amazônia (ANA Amazônia); a iniciativa Centro-Rede IAÇA: Tecendo Iniciativas em Agroecologia e Políticas Públicas para Promover Soberania Alimentar na Amazônia Paraense, da Universidade Federal do Oeste do Pará (Ufopa); e a organização francesa CIRAD de pesquisa agrícola e de cooperação internacional para o desenvolvimento sustentável das regiões tropicais e mediterrâneas.

As sessões de lançamento da edição especial da Revista Brasileira de Agroecologia na COP 30

O evento de lançamento da edição especial sobre agroecologia como solução às mudanças do clima, da Revista Brasileira de Agroecologia, no dia 12 de novembro, teve a presença do reitor da UFPA, Professor Gilmar Pereira (centro), além de José Nunes, Danielle Wagner, Tatiana Sá e do professor Flávio Barros

Além de promover debates na COP 30, a ABA-Agroecologia realizou dois eventos de lançamento da edição especial da Revista Brasileira de Agroecologia (RBA), que trata sobre Agroecologia e suas dimensões na abordagem das mudanças climáticas. O primeiro foi realizado no dia 12 de novembro, no Pavilhão da UFPA na Zona Azul. O segundo foi no dia 13, no auditório Dona Dijé, no Instituto Amazônico de Agriculturas Familiares (Ineaf), da UFPA.

Clique aqui para ler a edição especial da RBA: “Agroecologia e suas dimensões na abordagem das mudanças climáticas”

No painel do primeiro evento de lançamento, mediado pelo professor do Ineaf, da UFPA, Flávio Barros, estiveram presentes o Coordenador Executivo da Assessoria e Serviços a Projetos em Agricultura Alternativa, (AS-PTA), Paulo Petersen, e as seguintes pessoas representantes da ABA-Agroecologia: o Presidente, José Nunes da Silva; a segunda Vice Nacional, Tatiana Sá; e a titular do Conselho Fiscal, Danielle Wagner.

Clique na imagem para ler a Revista Brasileira de Agroecologia, edição especial “Agroecologia e suas dimensões na abordagem das mudanças climáticas”

No painel do segundo evento de lançamento, estiveram presentes o professor do Ineaf, da UFPA, Mauro Silva; o Presidente da ABA-Agroecologia, José Nunes da Silva; a titular do Conselho Fiscal da ABA-Agroecologia, Danielle Wagner; e duas professoras da Universidade de Brasília (UnB) que fazem parte do corpo editorial da Revista Brasileira de Agroecologia, Janaína Diniz e Regina Saraiva.

A edição especial “Agroecologia e suas dimensões na abordagem das mudanças climáticas” reúne reflexões, pesquisas e experiências que evidenciam o papel da agroecologia frente à crise global do clima. O objetivo da publicação é promover a consciência sobre a importância de ações efetivas que garantam direitos, soberania alimentar e nutricional, e que fortaleçam a produção de alternativas sustentáveis e justas, valorizando os saberes de nações indígenas, de comunidades tradicionais, da agricultura familiar e de movimentos sociais.

De acordo com Tatiana Sá, as cartas publicadas pelo presidente da COP 30, embaixador André Corrêa do Lago, mostram que os resultados esperados pelo evento estão alinhados com a capacidade da agroecologia em enfrentar os desafios que estão sendo tratados. “O número especial da Revista Brasileira de Agroecologia foi proposto justamente para posicionar a importância da agroecologia nas grandes questões da COP 30. A construção e a definição editorial, a seleção dos trabalhos teve esse objetivo, de mostrar que a agroecologia trabalha com ciência, prática e movimento abordando suas diferentes dimensões de modo integrado, e a gente vê que não adianta propor apenas soluções tecnológicas, é crucial considerar aspectos de natureza cultural, social e política no enfrentamento da crise climática, para garantir resiliência socioecológica frente às mudanças climáticas. Esse número especial da RBA alerta para a importância de aprofundar mais a compreensão e a ação em relação à agroecologia, que tem as ferramentas em todas dimensões passíveis de ajudar para uma retomada de transições que levem a situações de adaptação e mitigação.”

ABA-Agroecologia esteve presente na Agrizone da COP 30

O evento “Agroecologia, Clima e Biodiversidade: caminhos das ciências na transição agroecológica de sistemas agroalimentares”, realizado no auditório 4 na Agrizone, teve discussões de alto nível, levando a agroecologia para espaços inéditos

Na segunda-feira (10), dia de abertura oficial da COP 30, a ABA-Agroecologia esteve presente no evento “Agroecologia, Clima e Biodiversidade: caminhos das ciências na transição agroecológica de sistemas agroalimentares”, realizado no auditório 4 na Agrizone, da Embrapa.

O evento, realizado em parceria com a World-Transforming Technologies (WTT), a Articulação Semiárido Brasileiro (ASA), a Articulação Nacional de Agroecologia (ANA) e a ABA-Agroecologia, mostrou um panorama sobre os impactos diretos que as mudanças do clima provocam nos sistemas agroalimentares, com efeitos distribuídos de forma desigual entre Sul e Norte global, sobretudo em comunidades rurais e tradicionais. Diante dessa conjuntura, os desafios para a garantia do direito à segurança alimentar e nutricional são multiplicados, e soluções governamentais e não-governamentais são demandadas.

As pessoas participantes apresentaram suas ideias com o objetivo de posicionar a agroecologia enquanto processo unificador de soluções para a crise no clima, e dando exemplos de iniciativas para a transição agroecológica sustentável, saudável e justa dos sistemas agroalimentares no Brasil.

O evento levantou uma oportunidade de intersecção entre Agroecologia, clima e biodiversidade, que busca o diálogo direto com a necessidade de sinergia entre as três convenções do Rio-92: Convenção sobre a Diversidade Biológica (CBD), Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (UNFCCC) e Convenção Internacional de Combate à Desertificação (UNCCD), e fortalece o protagonismo do Brasil no desenvolvimento e compartilhamento de soluções construídas a partir de sua diversidade territorial, cultural e socioambiental.

Dentre os exemplos, foi mencionada a iniciativa “Terreiro de Inovações Camponesas”, que destaca inovações criadas em diálogo direto com territórios, e é promovida em diversas ocasiões pela ABA-Agroecologia, ANA e ASA.

Outra inspiração compartilhada pelas pessoas presentes no evento foi o fortalecimento do Programa Nacional de Inovação para Agricultura Familiar (PNPIAF) enquanto modelo de política pública e investimento em políticas de inovação. Foi realizada uma construção coletiva de recomendações para a sinergia das três convenções do Rio-92, com foco em mecanismos de participação social e novos modelos de inovação colaborativa.

Participaram a segunda Vice-Presidente Nacional da ABA-Agroecologia (2026-2027), Tatiana Sá; a professora da Universidade Federal do Amazonas (UFAM), Marilene Corrêa, representando a SBPC; o Coordenador Executivo da Assessoria e Serviços a Projetos em Agricultura Alternativa, (AS-PTA), Paulo Petersen; dentre outros. O evento teve moderação do professor do Instituto Amazônico de Agriculturas Familiares (Ineaf), da Universidade Federal do Pará (UFPA), William de Assis.

Marcamos presença nas manifestações populares da COP 30

ABA-Agroecologia esteve presente na Marcha Mundial pelo Clima, no dia 15 de novembro, em Belém

Durante a COP 30, a ABA-Agroecologia não só frequentou os ambientes de negociações climáticas, como também participou de manifestações populares como a barqueata que macou o início da Cúpula dos Povos, no dia 12 de novembro, e da Marcha Mundial pelo Clima, que tomou as ruas de Belém no dia 15.

A barqueata que abriu a Cúpula dos Povos, evento paralelo à COP 30, levou cerca de 5 mil pessoas de 60 países aos rios que cercam Belém em um ato pela Amazônia e pela justiça climática.

Durante o percurso das embarcações, que começou UFPA e seguiu até a Vila da Barca, as pessoas participantes denunciaram o avanço de grandes obras e projetos do agronegócio sobre os territórios e defenderam modos de vida sustentáveis das populações ribeirinhas, indígenas e quilombolas.

Organizada pela Cúpula dos Povos e pela COP das Baixadas, a Marcha Mundial pelo Clima, realizada no dia 15 de novembro, saiu do Mercado de São Brás, no centro histórico, até a Aldeia Cabana, e reuniu pelo menos 70 mil pessoas. Entre elas, estavam o Presidente da ABA-Agroecologia e professor da UFRPE, José Nunes da Silva; a primeira Tesoureira da ABA-Agroecologia, Livia Silva Santos; a segunda Vice-Presidente Nacional da ABA-Agroecologia (2026-2027), Tatiana Sá; a 1ª Vice-Regional Norte da ABA-Agroecologia, Danielle Wagner; e o enviado especial da campanha Agricultura Familiar na COP 30, Paulo Petersen.

José Nunes, Livia Silva Santos e Paulo Petersen participam da barqueata que marcou o início da Cúpula dos Povos, reunindo mais de 200 embarcações e cerca de 5 mil pessoas de 60 países em uma manifestação pela justiça climática, social, econômica e ambiental, no dia 12 de novembro na COP 30 em Belém

Celebramos as conquistas a favor da agroecologia

Contrato assinado entre ASA e AFD no dia 17, durante a COP 30, vai destinar um milhão de euros para o monitoramento da rede beneficiada pelo Programa Ecoforte

No dia 17 de novembro, a ABA-Agroecologia esteve presente no momento de assinatura do acordo entre a Articulação Semiárido Brasileiro (ASA) e a Agência Francesa de Desenvolvimento (AFD) para a execução do Projeto Mapear – Monitoramento e Avaliação de Políticas Públicas a partir do Programa Ecoforte: aprendendo com as redes de agroecologia no Brasil.

O contrato garante € 1 milhão para o projeto, que vai acompanhar as ações destinadas as 15 mil famílias agricultoras beneficiadas pelo Programa de Fortalecimento e Ampliação das Redes de Agroecologia, Extrativismo e Produção Orgânica (Ecoforte), em todas as regiões do Brasil.

Nesta ampliação do Mapear, que também tem o apoio do Fundo Amazônia, serão monitorados e avaliados desde processos de mobilização das redes até mudanças nos agroecossistemas familiares. Também serão produzidas e sistematizadas informações sobre o impacto do Ecoforte no público-alvo e nos territórios das comunidades beneficiadas.

Sobre a Associação Brasileira de Agroecologia (ABA-Agroecologia)

A Associação Brasileira de Agroecologia (ABA-Agroecologia) reúne pessoas físicas das mais diversas áreas do conhecimento e de atuação, que desde 2004 realizam juntas o objetivo de apoiar ações dedicadas ao fortalecimento das práticas agroecológicas.

Dentre as principais ações realizadas pela ABA-Agroecologia, estão a promoção de eventos; a produção de publicações científicas e técnicas; a criação e manutenção de Grupos de Trabalho que atuam em diferentes áreas. Saiba mais sobre a Associação Brasileira de Agroecologia aqui.

*Atualizada em 24/11/2025.

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