II Caravana Agroecológica e Cultura do Centro Oeste “Em Defesa do Cerrado”

O que são as Caravanas e quais são suas origens?

As Caravanas Territoriais tiveram início em maio de 2013 na Zona da Mata Mineira. Um ano antes do III ENA – Encontro Nacional de Agroecologia, diversas Caravanas percorreram o país, do Rio Grande do Sul ao Pará e do Rio Grande do Norte ao Mato Grosso, perfazendo trajetos nas quatro direções e abrangendo uma rica e complexa diversidade de experiências agroecológicas. Nessa caminhada, as Caravanas evidenciaram conquistas, disputas e desafios colocados à agroecologia nos diversos territórios (ANAIS do III ENA).

As redes, os movimentos e as organizações que construíram e acolheram as caravanas se organizaram para conduzir processos de reflexão e aprendizagem com a participação dos mais diversos sujeitos: agricultores, agricultoras, representantes de povos e comunidades tradicionais, indígenas, quilombolas, ribeirinhos, extrativistas, assessores e assessoras técnicas, jovens e mulheres.

Do ponto de vista metodológico, as caravanas funcionaram como exercícios para o desenvolvimento de um novo olhar sobre as experiências de agroecologia, propiciando assim, a construção de uma visão integradora das diferentes dimensões que conformam a realidade dos territórios percorridos. Entre seus principais objetivos estiveram mobilizar os atores locais, contribuir para uma leitura integradora da realidade de cada território, fortalecer a ação em rede e as práticas agroecológicas, ampliar a escala das experiências e identificar as ameaças que essas iniciativas enfrentam para se desenvolver.

Organizadas em diferentes rotas, que convergiam ao final da atividade em uma determinada localidade, as caravanas também foram oportunidades para a produção de materiais de comunicação voltados à divulgação das evidências sistematizadas e dos debates realizados para amplos segmentos da sociedade. As instalações pedagógicas, para troca de experiências, os atos públicos e os Seminários são atividades que integraram a programação unificada nos últimos dias de cada Caravana.

As caravanas vêm mostrando a capacidade de trabalho e mobilização em rede, a partir da construção social da agroecologia em distintas realidades e populações, tendo como ponto de partida suas identidades e histórias. Após o III ENA, as Caravanas prosseguiram como formas de ensino, pesquisa e extensão em agroecologia. No âmbito da Articulação Nacional de Agroecologia, diversas outras caravanas foram realizadas com o objetivo de articulação e estudo de diferentes agroecossistemas, durante o ano de 2015 e 2016.  Em 2016 foi realizada a I Caravana Agroecológica e Cultural do Centro Oeste com culminância na Feira de Sementes de Juti – MS.

A II Caravana Agroecológica e Cultural do Centro Oeste

A Caravana no Centro Oeste brasileiro nasce por múltiplos caminhos. Mas é durante o Encontro Regional dos Grupos e Núcleos de Agroecologia (ERGA – Centro Oeste) realizado em setembro de 2018, cidade de Goiás, que o processo começa a tomar forma. Atividades, oficinas e reuniões reuniram representantes da Associação Brasileira de Agroecologia (ABA), representantes da Rede de Núcleos do Centro Oeste2, da REGA – Rede de Grupos de Agroecologia do Brasil, da Comissão Pastoral da Terra e de outros núcleos e grupos de agroecologia de diferentes localidades do Centro Oeste.

As Caravanas, organizadas pelos Núcleos e Grupos de Agroecologia, além dos objetivos apontados na página anterior, têm com horizonte central, fortalecer ações integradas no ensino, na pesquisa e na extensão. No Centro Oeste essa Caravana assume, além desses objetivos gerais, alguns propósitos específicos:

  • Realizar processos de sistematização de experiências, tendo o papel de proporcionar espaços de formação sobre a sistematização de experiências, possibilitar a troca de experiências sobre a sistematização entre os núcleos e parceiros regionais, exercitar coletivamente o uso de diferentes ferramentas e estratégias de sistematização;
  • Mobilizar e divulgar o XI Congresso Brasileiro de Agroecologia;
  • Fortalecer e discutir estratégias de agroecologia e de diversificação da produção e de canais de comercialização em contraponto ao modelo agrário vigente e considerando as ameaças aos povos indígenas e tradicionais;
  • Integrar e fortalecer os Grupos e Núcleos de Agroecologia no âmbito da REGA, do Projeto da R-NEA e das ações da ABA-Centro Oeste;
  • Fortalecer a resistência popular em um período de tantos retrocessos.

As inscrições são gratuitas e podem ser realizadas acessando o link: http://www.gwata.com.br/ii_caravana_agroecologica/

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