Perguntas e Respostas – II Seminário Nacional de Educação em Agroecologia

[Esclarecimentos] – 2º Convocatória Geral – II SNEA

II SNEA_Cartaz-Banner (1)Quem realiza o II Seminário de Educação em Agroecologia?

A Associação Brasileira de Agroecologia (ABA-Agroecologia) em parceria com diversas organizações do estado do Rio de Janeiro (universidades, movimentos, grupos e redes). Nessa segunda edição, temos a oportunidade de construir o Seminário, e sermos acolhidos, pela Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ) e pelo Colégio Técnico da Universidade (CTUR). Além das diversas apoios dentro da universidade, contamos a parceria da Embrapa Agrobiologia, com a Empresa de Pesquisa Agropecuária do Estado do Rio de Janeiro (Pesagro), com o setor de educação do Movimento Sem Terra (MST), com a Articulação Estadual de Agroecologia (AARJ), com as Redes e Núcleos de Agroecologia, e com outros grupos do Rio de Janeiro e de diferentes regiões do país. A proposta metodológica do Seminário é fruto das articulações do Grupo de Trabalho Educação em Agroecologia que, em diálogo com muitos educadores e com outros GTs da ABA, especialmente, com o GT Construção do Conhecimento Agroecológico, vem propondo espaços de reflexão sobre as experiências de educação em agroecologia.

Qual é o objetivo dessa segunda edição?

Este evento faz parte do Projeto de Sistematização de Experiências da ABA-Agroecologia e pretende dar continuidade aos debates realizados no I SNEA sobre os princípios e as diretrizes da Educação em Agroecologia, propostos como importantes para a prática de uma Educação compromissada com a construção de uma sociedade mais igualitária e com justiça social e um futuro mais sustentável. O tema escolhido para o II SNEA é Educação em Agroecologia: Resistências e lutas por democracia! Este tema está comprometido com as questões atuais de nossa sociedade. O II SNEA tem o objetivo de “Identificar, sistematizar, refletir e articular experiências de educação em agroecologia e indicar caminhos para seu fortalecimento, divulgação e popularização”.

Como faço para participar?

A participação no II SNEA está condicionada a apresentação e seleção de um texto sobre Experiência(s) de Educação em Agroecologia, onde os autores tenham uma inserção direta. Por entender o caráter do evento (metodologia e pela capacidade operativa – hospedagem e alimentação), que se diferencia dos Congressos Brasileiros de Agroecologia, não haverão vagas gerais para ouvintes. Diferentemente de Seminários e Congressos amplos onde podemos ter acesso à diferentes debates e atividades, o Seminário Nacional de Educação em Agroecologia, é um encontro que prioriza a participação ativa e não apenas a escuta, bem como busca superar os encontros que são tidos como “abertos” e “participativos”, mas mantém falas restritas e espaço efetivo para algumas poucas vozes de especialistas, dirigentes e coordenadores.

Entendemos que a educação em agroecologia se constrói a partir de espaços horizontais nos quais todos e todas possam ter oportunidade de fala e troca efetiva de experiências. Dessa forma, como poderão ver na programação (que será socializada em breve), todos os participantes participarão de espaços de troca de experiências, de debates mais aprofundados sobre alguns dos desafios da educação em agroecologia e, ora em grupos menores, ora em plenárias, haverão metodologias específicas que buscarão ampliar as falas e garantir trocas efetivas.

Apostamos que Seminários, oficinas e rodas de conversas regionais ou locais possam ser organizadas em cada estado, região, Núcleo de Agroecologia, assentamento, Instituto Federal, Escolas da Família Agrícola (EFAs), entre outros múltiplos espaços educativos, de modo que os participantes sejam representantes ativos e preparados, diretamente vinculados às experiências de educação em agroecologia. Atentos ao compromisso com o território que irá nos acolher, reforçamos que haverão vagas para agricultores/as e demais colaboradores do Rio de Janeiro.

Por que submeter resumos?

Sabemos que o registro de nossas práticas é um gargalo histórico no movimento agroecológico e popular. Poucas são as experiências que possuem relatos, memória e organização de sua trajetória, conquistas e desafios. A inscrição mediada pela submissão de resumos é ainda uma forma de incentivo para que todas e todos possam registrar e sistematizar suas experiências, com isso, o II SNEA será mais um momento de mapeamento, balanço e reflexão política e pedagógica sobre as nossas práticas, avanços e desafios na atual conjuntura política.

Entendemos que o resumo simplificado (8 a 12 páginas), a construção de uma comissão técnico-científica formada por distintos educadores, pesquisadores e militantes, sensíveis aos diferentes processos educativos, são formas de ampliar e fortalecer as diferentes organizações, redes e movimentos e valorizar as próprias práticas.

Quais espaços serão destinados ao amplo diálogo com a universidade e a sociedade?

A Feira Agroecológica e Cultural “Sabores e Saberes” será realizada ao longo dos três dias do Seminário. Mais do que um espaço de comercialização e geração de renda para diversos grupos camponeses agroecológicos do Rio de Janeiro (e da região Sudeste), este será um ambiente político e pedagógico que acolherá intervenções culturais, atividades místicas, troca de sementes, atos públicos, apresentações culturais e outras expressões da luta e da resistência da educação e da agroecologia. O espaço da Feira será um espaço aberto à todos e todas e funcionará das 8 às 22 horas nas imediações do Pavilhão Principal da Universidade.

 

Haverá taxa de inscrição?

Haverá uma taxa de inscrição simbólica que auxilie nas despesas operativas. O Seminário, além de outros apoios locais conta, principalmente, com a parceria com diversas parcerias da UFFRJ e com o financiamento do Projeto de Sistematização de Experiências dos Núcleos de Agroecologia, coordenado pela Universidade Federal de Viçosa (UFV), realizado em parceria com a ABA-Agroecologia, a Embrapa Agrobiologia e Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE) e apoiado pelos recursos do extinto Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA) e do CNPq. O recurso não cobre todas as despesas do Seminário e é somente uma das quatro ações do projeto de sistematização de experiências.

 

Como será a seleção dos trabalhos?

O texto será submetido à Comissão Técnico-Científica do evento e deve oferecer uma reflexão sobre as experiências (segue abaixo o formato e as orientações para elaboração dos textos sobre as experiências). Outro princípio central será o diálogo com os princípios e diretrizes da Educação em Agroecologia.

Não sei se a experiência na qual estou vinculada(o) é uma experiência de educação em agroecologia?

Consideramos que para praticar uma Educação em Agroecologia necessitamos princípios e diretrizes como um conjunto de orientações e valores abrangentes, fundamentais, definidores e direcionadores do rumo a seguir. Durante o I SNEA foram indicados os seguintes princípios e diretrizes para uma Educação em Agroecologia: vida, diversidade, complexidade e transformação[1]. Os textos devem analisar como estes princípios e diretrizes estão sendo colocados em prática na experiência em questão. Procurar trazer referências bibliográficas para sustentar as reflexões. Faça um pequeno texto analisando como os objetivos da experiência foram alcançados; quais os principais avanços e desafios para a construção do conhecimento agroecológico e; quais os princípios e diretrizes gerais para a educação em agroecologia os autores acrescentariam e por quê. Não é preciso dialogar com TODOS os princípios e diretrizes, mas é preciso apresentar, com clareza, correlações diretas com algum(ns).

Como usar a matriz de sistematização?

Os autores devem considerar PELO MENOS UM DOS TEMAS para a escrita dos resumos expandidos sobre as experiências de educação em agroecologia, tendo em vista os 9 temas gerais e 8 transversais presentes no quadro abaixo. As perguntas estão voltadas aos processos que foram vivenciados pelas experiências que as/os autoras/es desejam registrar, entre as quais se destacam os Núcleos de Agroecologia, mas que não se restringem à eles. Consideramos experiências de Educação em Agroecologia aquelas realizadas no ensino, na pesquisa e na extensão, compreendendo diferentes espaços e ações educativas, tais como: cursos formais de diferentes áreas do conhecimento e seus projetos político-pedagógicos, nas disciplinas, nas práticas e vivências educativas de campo, na pesquisa e na extensão promovidas pelas instituições de ensino, na relação educandos-educadores, na relação escola-comunidade, entre outras.

Os temas gerais estão nas colunas e os temas transversais estão nas linhas. As questões orientadoras foram elaboradas a partir do cruzamento entre cada coluna e cada linha (Ex., 1.1., 1.2….). Priorizem os temas gerais e transversais que mais representam sua experiência de educação em agroecologia.

  • As perguntas da MATRIZ não são questionários, mas perguntas geradoras que podem estimular os diálogos, reflexões e registros nos resumos.
  • As questões ORIENTADORAS (não devem ser seguidas a riscas). Outras questões podem ser formuladas relacionadas diretamente à algum tema ou à mais de um;
  • O texto deve ser corrido e não no formato de pergunta/resposta.

Os temas gerais sugeridos são: metodologia(s) utilizada(s); processos educativos; parcerias e atores envolvidos; diversidades/etnicidades; (agro)biodiversidade, solos, água e demais bens naturais; gênero; juventude; saúde e; políticas públicas. Os temas transversais são: ações e práticas; princípios; teorias; indissociabilidade inter/transdiciplinaridade; território; resultados/avaliações e impactos; comunicação.

 

Como os trabalhos serão apresentados?

A metodologia adotada para a apresentação dos trabalhos selecionados não será no formato de apresentação individual e expositiva. Os textos selecionados serão debatidos nas rodas de diálogo a partir da coordenação de um(a) facilitador(a) convidado(a), que se encarregará de fazer uma síntese de todas as experiências, de modo a subsidiar e orientar o debate e a reflexão.  Os textos serão publicados nos Cadernos de Agroecologia da ABA-Agroecologia.

 

Há limites de autores(as)?

Não há limites de autores(as) na elaboração dos resumos, mas nem todos poderão efetivar suas inscrições. No procedimento de inscrição, cada resumo aprovado, poderá efetivar a inscrição de até dois participantes. Este também é momento de respeitarmos a paridade de gênero e valorizarmos a participação dos/as agricultores/as vinculados à experiência.

Como será feita a inscrição?

De 25 de setembro a 01 de outubro, os resumos aprovados poderão ser verificados no site do evento (divulgação em breve). Os/as autores/as dos resumos aprovados terão acesso ao formulário de inscrição para preenchimento dos dados e confirmação de sua participação. É preciso respeitar os prazos para confirmação.

Como socializar minha experiência?

A metodologia do Seminário priorizará a mistica e outras linguagens para apresentação dos resumos, das práticas e saberes tecidos pelos diferentes educadores/as. Dessa forma, incentivamos que os grupos organizem e tragam elementos místicos, bandeiras, sementes, alimentos, instrumentos musicais, filmes e outras expressões. Haverão instalações pedagógicas e outros espaços permanentes de troca de experiências.

Como participar da Feira?

Feira Agroecológica e Cultural “Sabores e Saberes” priorizará os agricultores/as do Rio de Janeiro, pois aposta nos circuítos locais de comercialização. Contudo, haverão espaço para os participantes do SNEA que, após efetivarem suas inscrições, tenham interesse em comercializar seus produtos. É preciso entrar em contato direto com a comissão da feira para efetivar sua participação neste espaço e saber mais informações. Produtos para exposição serão organizados nas instalações pedagógicas.

Outras dúvidas e sugestões?

Escreva para: sneagroecologia@gmail.com

[1]Veja os princípios e as diretrizes da Educação em Agroecologia propostos pelo I SNEA em http://www.aba-agroecologia.org.br/revistas/index.php/cad/article/view/20800/12191

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